Pai do tempo

Era uma pedra e sobre ela corria
Uma fina porção de água mansa
Sentei ali toda a minha vida


Respeitei a pedra que era
Segundos empilhados por séculos
Fez sentido o carinho da água
Fiz carinho na pedra também


Quis sentir toda ela
Deitei 25 anos nos séculos dela


Na força que me atraía
Pedra era Terra e pedra era eu
Eu era Terra - uma parte dela
Um pedacinho de Terra girando nela


De olhos fechados eu soube
Onde o eterno Oeste vivia
Senti mesmo a pedra me levar
Pedra insiste em querer visitar
O Oeste - nome de velho rabugento


Então me lembrei do Sol
Me falaram muito sobre ele
Sabe que prefiro o que sinto...


Se pedra são segundos empilhados por séculos
O Sol é pai do tempo


05h27min
11 de novembro de 2010

Comentários

  1. Ameeeei, e admito q nesse vc me surpreendeu!
    hahaha

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  2. Perfeito, Dalila!
    Remete aquele dia perfeito na cachoeira...
    que nada mais faziamos a nao ser sentar na pedra a vida inteira, e pensar em tudo de bom que acontece em nossas vidas.
    Grande amiga poeta! tá lindo...
    zuka

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  3. Muito bom!
    Parabéns!
    Tive a sensação de estar na cachoeira...

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  4. Maravilhoso!!

    Pra quem olha e pensa que pedra é só algo imóvel, preso ao chão e sem beleza alguma, que venha ler esse poema que vc escreveu prima!

    Beijãoo

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